Sangue na Neve - Lisa Gardner

29 dezembro C. Vieira 2 Comments





Quando comecei a ler este livro, me lembrei na hora dos romances de Kathy Reichs (autora de livros e também da série Bones) e de Jeffery Deaver (do livro e filme O Colecionador de Ossos, entre outros). Li mais os livros dele do que os dela, mas sei que ambos são ótimos em criar personagens profundos e envolventes, enredos instigantes e desfechos completamente imprevisíveis.
Acreditei que Lisa Gardner vinha da mesma cepa...
Não foi assim.
A autora publicava romances na linha dos tão conhecidos romances de banca e decidiu passar para os policiais, cheios de descrições sobre como morrer violentamente. Era para ser algo de qualidade, já que ela foca bastante em descrever os detalhes de corpos em estados variados de putrefação ou não. Algo que poderia se considerar, digamos, primoroso exatamente na linha de Reichs e Deaver. Quem já leu algum livros deles sabe do que falo.
Porém, são descrições técnicas demais, longos trechos focados nisso. E, apesar de eu achar a história interessante, para mim, não houve tantas reviravoltas, já que dava para saber, antes do meio da história, quem eram os vilões.
Outra coisa foi a personagem mala da história. Não era a protagonista e foi decepcionantemente retratada. Uma mulher grávida não é chata. Uma policial correta e obstinada não é repetitiva. Mas D.D. foi.
As evidências na cara dela e ela mantendo-se teimosamente contra qualquer instinto para além do óbvio que se mostrava. Me fez, ao final do livro, não querer ler a série em que a personagem é protagonista.
Depois de Temperance Brennan e Amelia Sachs (e de outra que não digo por ser spoiler demais), fica difícil ver uma personagem que podia mais mas se mostrou aquém do que se esperava.
O resto não fugiu à linha de romances policiais. Muita morte, sangue, pistas, pistas e um final que quase foi óbvio para mim.
Não me envolveu. Prometia e eu esperava mais. Não mais corpos ou descrições dos mesmos, mas, por ser uma autora de romances policiais, criando um livro em que duas mulheres se digladiam até o fim, poderia ter algo de diferente, algo singular para prender a atenção para além das descrições de cadáveres. Eu prefiro as dos livros da Reichs.
De qualquer forma, a personagem principal foi quase perfeita e isto valeu a leitura. Eu gostaria de ler mais sobre ela (sem a mala da D.D.) em uma série de livros, mas nem sempre conseguimos o que desejamos.
De qualquer forma, achei que a autora foi muito feliz nas partes relacionadas ao trabalho policial; detestei aquela mudança de voz, passando de primeira para terceira pessoa de acordo com os capítulos pois não qualifica um texto agir assim; e acredito que Tess Gerritsen foi mais bem sucedida, passando dos romances da Harlequin Books para os policiais, do que Gardner.
Sei que não foi o primeiro livro de Gardner e já li autores que melhoraram sua escrita com o passar do tempo. James Rollins foi um que passou de um livro descritivo medíocre para uma narrativa envolvente como um todo nos outros. Espero que isto tenha ocorrido com a mórbida Gardner.

Um abraço e até a próxima!

2 comentários:

  1. Kathy Reichs é boa? Nunca li nada dela mas eu curti ver Bones por um tempão. :-)

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    1. Ela é a criadora da personagem Temperance Brennan antes da série existir. Os livros dela lançados no Brasil são Dejà Morta, Cadáveres Inocentes, Ossos, Segunda-Feira de Luto e Ossos Perdidos. E lembram demais os da Gerritssen e os do Deaver. Eu tenho o Ossos e o Ossos Perdidos em ebook. Se quiser, depois mando para você para ler.

      Ah, além do nome da personagem, a série e o livro não tem nada parecido. A série é leve perto dos livros. As histórias são mais densas e detalhadas. Eu sei que desde o primeiro me tornei fã dela. Deaver, Gerritssen e ela são meus xodós. Mas a Lisa, não deu. rs

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