Eu ♥ Este Livro #1

09 maio C. Vieira 0 Comments

Olá, neste primeiro "Eu ♥ Este Livro" eu dou minha palavra que não serei nem um pouco racional, metódica ou didática. Nem conservadora ou delicada, Apenas extremamente sincera ao falar dos livros que me ensejam a amar mais e mais a literatura e a árdua tarefa daquelas e daqueles que gastam seu precioso tempo criando fantásticos mundos para que possamos navegar por eles.

Minha coleção de favoritos é enorme e a cada ano, aumenta mais e mais. Mas eu não costumo ler um livro e já considerá-lo incrível. É preciso algumas qualidades ou apenas características que me façam querer relê-lo tempos depois (ou um mês depois, no máximo! rs) porque, como um passarinho me disse uma vez, reler um livro deve ser como encontrar um velho amigo e se encantar com este momento.

Assim, para entrar na minha lista, o livro precisa me cativar, me envolver, me fazer pensar (questionar, refletir) e, de alguma maneira, mudar a maneira como eu enxergo o mundo.

Ufa! Não é tarefa fácil, mas eu já encontrei muitos que conseguiram chegar ao final da corrida e é a estes que dedico este espaço do blog.

Bem, para garantir que seria justa com todos os livros, eu decidi sortear os que aqui colocaria para que vários temas entrassem nessa lista.

O primeiro livro, da minha seleta (e enorme!) coleção de chamegos, sorteado é...


A Doçura do Mundo, de Thrity Umrigar
A Doçura do Mundo
A escolha deste livro foi insólita. Eu havia adquirido um livro desta autora chamado A Distância entre Nós, mas percebi que ainda não era o "momento" de lê-lo. Eu sou assim, tenho uma conjunção certa para ler cada livro. E este não era o tempo ideal para uma história tão cheia de adversidades.

No entanto, eu queria ler algo da Thrity. Já havia ouvido falar de seu trabalho na época em que comecei a enveredar pelo mundo das autores orientais, com Chitra Banerjee Divakaruni, por exemplo, que escreve lindamente.

Então, nas minhas teimosas pesquisas, eu li sobre A Doçura do Mundo e achei que valeria a pena arriscar correr os olhos por ele. Peguei-o na biblioteca, ainda temerosa do que viria (sou fácil em me enganar com livros que acredito que vão ser uma boa leitura) e comecei a pequena "saga" de Tehmina por uma terra diferente de seu lar.

Desde os livros de Chitra, eu cada vez mais me apaixono pelos livros sobre a Índia e os demais países da Ásia. Não são apenas outras culturas diferentes das daqui, no Brasil. São "mundos" particulares, com regras e costumes, às vezes, herméticos, mas também com encantos e um tipo de "magia" que, como boa turista, sempre me envolvem.

A Doçura do Mundo fala do momento após o falecimento de um ente extremamente querido de Tehmina "Thammy" Sethna que a deixa devastada e a enclausura em uma prisão interior de saudade e dor, na qual ela decide ser o lugar mais certo para estar do que em meio ao resto do mundo.

Thammy tem um filho adulto que a ama muito mas que, tocado também pelo luto, e sendo homem, não consegue se aproximar intimamente da mãe ao ponto de trazê-la de volta para a realidade de sua pequena família. Quando ele e a esposa decidem que o melhor para a Tehmina é fixar residência na América do Norte, ela protela a decisão, temerosa de perder sua referência de lar que é a efervescente, colorida, viva, ruidosa e muito povoada Bombaim. Suas lembranças da cidade nos leva pelas ruas indianas, com seus cheiros, cores e sabores... É um lugar onde a pobreza convive lado a lado com a riqueza. Onde mendigos "trabalham" para sustentar suas famílias. Onde as turbas do passado marcam a história da família de Tehmina. Bombaim sua casa.

Mas será que Lar significa algo concreto, "pegável"? Ou talvez não seria um sentimento, uma emoção indescritível que faça com que em qualquer lugar sobre a terra perceba-se que se está em casa?

Assim, o livro nos leva a refletir se somos realmente capazes de deixar nossas mais caras definições de vida para seguir o vento e nos arriscarmos a voar por outros ares.

A Doçura do Mundo é lirismo, delicadeza e amor.

Por isso, é um dos meus livros favoritos.

Eu o recomendo a qualquer pessoa que espera uma leitura leve e inspiradora, que deixe, ao virar da última página, uma sensação de que vale a pena, sempre, correr riscos que nos levem a nos sentirmos melhores conosco e com o que de melhor queremos para nós e para quem estimamos.



Até o próximo favorito!

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