Das Leituras Passadas: Abril/Maio

31 maio C. Vieira 0 Comments

Eu sempre gostei de ler. Para mim, era algo natural a se fazer desde que comecei a entender o que estava escrito nos balõezinhos das falas nos HQ's. Foi um mundo a se descortinar e um hábito muito saudável a criar-se. Após este começo, eu entrei em um hiato pois não havia acesso a novos livros. E, assim, qualquer um que caísse em minhas mãos eu lia. Me recordo de uma tarde quando ainda era pequena e me encantei com um gigantesco livro sobre enfermagem. Era o que tinha para ler! E o fiz até o fim. Não me recordo do conteúdo mas sinto que foi instrutivo. Eu acho. 

Depois, veio a carteirinha na biblioteca e uma nova fase se iniciou na adolescência. Li praticamente todos os livros dela que passaram pelas minhas mãos na época. Foi um momento de descobertas e desenvolvimento que sequer pude medir. 

Ler sempre foi revolucionário e modificador para mim. 

Aí, veio a vida adulta. E a abstinência da leitura tornou-se cada vez maior com o passar dos anos. Antes, eu lia um livro em um dia. Como adulta, luto para terminar um em um mês. E não é falta de interesse. É de tempo e disposição mesmo. Ao contrário do que imaginei - que era de poder comprar montes e montes de livros e lê-los - a pilha dos que me pertencem, mas que nunca li, apenas aumenta. Então, eu me propus a não mais comprar nenhum livro se não for um dos meus favoritos, pois assim eu não teria de me preocupar em vender/trocar/encostar em algum canto.

E, apesar de dar certo, sobre o desperdício de dinheiro com livros que eu acabaria abandonando (raro de eu fazer!) ou desgostando ao final, os livros continuaram a chegar. Presentes ou cortesias de editoras, a pilha voltou a aumentar. E o tempo, não!

Falo isso tudo apenas para explicar como Abril foi um mês de apenas uma (1) leitura. Simplesmente, não consegui parar para saborear a experiência - e como não consigo ler em ônibus nem em carro...

Então, me forcei a ler ao menos um do Desafio Literário e apesar da mixórdia a leitura compensou. Até agora, eu li livros que eu queria e também alguns que eu provavelmente não leria ou tão cedo ou nunca, se não fosse me comprometer com o Desafio. Ou seja, querendo ou não, lendo devagar ou não, estou conseguindo me abrir para novas leituras e aproveitar as mais legais e ou gostosas que encontrei.

Bem, no sorteio do meu BookJar, para Abril, saiu:


Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (físico) 
Este é o livro "23. Um livro de romance passado no futuro" do Desafio Literário 2016, e apesar de eu sempre ouvir boas recomendações sobre ele, nunca tive interesse real em lê-lo. Eu sabia que era considerado um clássico moderno - e, em geral, as pessoas sempre recomendam que se leia um bom clássico para se obter conhecimento de qualidade. 
Nada disso me fez querer correr os olhos por suas páginas. Até que a meta de leitura me obrigou a pensar num livro. E eu encontrei outros, mas, como falei acima, o tempo não anda dando trégua e eu preferi ler o mais curto deles. E este não me desapontou. Peguei na biblioteca pública (porque não queria ler mais um em ebook) e comecei a viagem. A ideia de um futuro onde os livros são considerados objetos perigosos e que quem lê vai preso é inquietante. A narrativa de Bradbury contando os passos do personagem principal até sua completa redenção é angustiante. Fora que eu identifiquei vários elementos deste futuro sombrio com situações com as quais as pessoas naturalmente convivem hoje em dia. As televisões gigantes, com sons estupidamente altos. A velocidade como válvula de escape dos problemas. O desprezo por qualquer coisa que não envolva diretamente tecnologia. A falta de proximidade, intimidade, empatia... Bradbury fala de um Futuro e eu apenas me perguntava se este nosso Presente não seria o início de um futuro tão cinzento e estéril de vida como o da história. É um livro para se ler e reler. Entrou para meus favoritos.


Nota: 4,0/5,0



Maio, eu iniciei com um livro da Rainha do Crime:


Morte na Mesopotâmia, de Agatha Christie (físico)
Foi um livro que eu queria para minha coleção de livros da autora, mas que eu não conhecia bem. A capa é linda. A editora Nova Fronteira relançou alguns livros de Dame Agatha e eu sinceramente aprovei o layout das capas. São muito bem feitas. E como eu sou chata para capa, principalmente as que lançam atualmente (onde colocam uma foto e já acham que explica toda a história ou que ser bonitinha é o suficiente), eu aplaudo quando uma editora rompe com este tipo de mediocridade e preguiça.
Esse livro também entra na meta de leitura deste ano, em "13. Um livro policial".
Quanto a história, eu confesso que estava com um pouco de receio de não gostar, tanto pela falta de entusiamo atual em que ando quanto por não ter ouvido nada sobre este livro antes - nem de bom e nem de mal.
O enredo envolve uma equipe de escavação arqueológica num crime impossível. Uma mulher - considerada transtornada por um medo irracional de ser morta - é, realmente, assassinada.  Todos são suspeitos e é preciso pedir a ajuda de um detetive tão singular quanto o crime cometido.
Assim, fui lendo e tentando me envolver... 
Não deu certo. A história é, eu penso, das menores do talento da Rainha do Crime. Desde o início eu sabia quem era o criminoso, mas esperei que fosse um outro personagem, como em 'A Ratoeira' (este é nota dez!). O que levaria o enredo a um outro patamar e, com certeza, geraria uma grande surpresa, como desfecho. Mas, que nada! Foi um estranho e insólito mais do mesmo. Infelizmente, clichê demais. Assim, imagino que este seja o motivo de não ouvir falar do livro. Além disso, foi exatamente a personalidade da narradora que mais me repugnou na história. Não sei, mas quando o próprio narrador fala de si mesmo em alta conta e dos outros de maneira pejorativa, sempre penso que estou lendo o autor falando com a voz do personagem. Eu realmente não gostei do destilar de racismo nesta obra. Eu recomendo este livro para quem é fã da obra de Agatha Christie. E só.


Nota: 2,0/5,0


 
E é isso! Estou lendo um livro agora mas estou um pouco travada com a leitura e só espero terminá-la mês que vem. De qualquer forma, me mantenho lendo, e acredito que é isto que importa.


Até a próxima!

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